sexta-feira, 7 de março de 2008

Curso de Braille atrai interesses variados

Começou nesta quarta-feira, dia 5, o curso de Braille promovido pela Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima através da Biblioteca Municipal Nilo Peçanha. Devido à grande procura de alunos, foram formadas duas turmas de 20 alunos que terão aulas uma vez por semana até junho. O curso é um desdobramento do projeto “O que os olhos não vêem, o coração não sente - Leitura na pontinha dos dedos”, que comemora um ano em abril, e visa a inclusão social das pessoas com deficiências áudio- visuais.

A professora Cerlene Freitas iniciou a aula inaugural pedindo aos alunos que se apresentassem e dissessem o motivo de seu interesse em participar do curso de Braille. Entre os mais variados motivos expostos estão a presença de pessoas da família e amigos que possuem deficiências ou trabalham com deficientes e o desejo de ser útil e de melhoria no relacionamento. Outro ponto levantado foi o interesse profissional em áreas como esportes, comunicação e fisioterapia.

A professora Norma Azevedo, por exemplo, que atua na prefeitura no Projeto Viva a Vida, afirmou que já teve que lidar com deficientes e por isso decidiu saber mais sobre o assunto. Ela trabalha com yoga e colocou que a yogaterapia pode somar na melhoria da qualidade de vida dessas pessoas.

Cerlene enfatizou justamente que é no toque, na manipulação das coisas e do próprio corpo que a criança com deficiência áudio-visual entende, registra e realiza seu aprendizado. “O deficiente tem dificuldade de conhecer o próprio corpo porque não o vê. Seu aprendizado acontece de modo diferente dos outros pois não conta com a percepção visual”, destaca.

A psicopedagoga - que tem muitos anos de experiência no trabalho junto às crianças da Escola São José Operários - afirma que é preciso descaracterizar a idéia de que deficientes visuais são “ceguinhos” ou “pobres coitados”. “Muita gente ainda denomina os deficientes com esses termos pejorativos, mas na verdade, eles têm uma vida rica e plena de acontecimentos e estudam e trabalham fazendo tudo que todo mundo faz”.

Durante todo o ano passado isso foi comprovado durante os encontros entre as crianças do Educandário São José Operário com alunos das escolas da rede regular de ensino. Segundo Sandra Leal – diretora da Biblioteca Municipal Lúcia Miners – as crianças interagiram muito bem e trocaram experiências e informações sobre o dia-a-dia. Também leram livros de estorinhas infantis em Braille e apresentaram teatrinhos.

“As crianças têm muita curiosidade em saber como é a vida de outras crianças com deficiências. É importante que elas conheçam mais sobre isso e que aliado ao carinho no trato com eles também haja o uso da técnica apropriada. O curso certamente vai ajudar muito nisso”, concluiu a professora.

Um comentário:

Derval Ribeiro Júnior disse...

Esse curso deve ser muito interessante, adoraria fazer.
Existe uma carência na área. Podemos nos tornar voluntários caso necessitam de pessoas para ensinar.
Boa iniciativa.
Espero que várias pessoas façam o curso.
Bjs.