quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Complexo Logístico Integrado do Norte Fluminense

Complexo logístico Integrado do Norte Fluminense


A tranqüilidade da praia do Açu, quinto distrito de São João da Barra, promete ceder espaço para o desenvolvimento assim que começarem as obras do Complexo Logístico Integrado do Norte Fluminense, que vai reunir o Porto do Açu e um mineroduto para transportar minério de ferro de Minas Gerais para o Rio de Janeiro. Prevista para começar em dezembro, a obra deve movimentar o lugar, em 2007e 2008. Por enquanto, mesmo que timidamente, alguns estabelecimentos começam a registrar os primeiros sinais de mudança, mas a expectativa é de que o local tenha um grande "boom" de desenvolvimento. Trabalhos como sondagem de solo, estudo de espécies animais e topografia têm levado diferentes profissionais a se hospedarem em pousadas do distrito. A expectativa de um futuro promissor tem levado empresários, como as sócias Jurema de Oliveira e Castro Barros e Denanci Fernandes, donas de uma pousada no distrito sanjoanense, a pensar em ampliar o negócio para atender a demanda que promete chegar ao interior do município de São João da Barra, a partir do início das obras.

Desde o ano passado, as pesquisas começaram no local, o que levou vários pesquisadores ao Açu. De lá para cá, foram biólogos, empreiteiros, empresários e, atualmente, topógrafos indo ao local para fazer a medição de toda área. Com isso, eles têm procurado abrigo nas pousadas do distrito. Segundo Jurema, uma das proprietárias da Pousada Tarde Dourada, os trabalhos que vêm sendo realizados em virtude do empreendimento, aos poucos, estão aquecendo a economia local.
- No verão, feriados prolongados e finais de semana, já temos uma clientela certa, independente do projeto. Nesta época do ano, já não era tão comum recebermos hóspedes -, disse Jurema, acrescentando que, desde o ano passado, o pessoal começou a vir para pesquisa, sondagem de solo e outras atividades no local.
Jurema afirma que a pousada conta, atualmente, com cinco suítes, mas que o objetivo é dobrar o número, inicialmente, para a atender a demanda. Apesar da simplicidade, cada suíte conta com TV, ventilador de teto, frigobar e camas, com diárias a R$ 40. "A arquiteta está preparando o projeto para reformar e ampliar a pousada", disse a proprietária, uma capixaba de Muqui (ES), que veio para Campos há mais de 40 anos e chegou no Açu fazendo loteamentos para vender.
A instalação do Complexo Logístico do Açu, também, foi motivação para a construção de uma nova estrada que vai ligar a BR-101 à RJ-216, acesso que liga Campos ao Farol de São Thomé, tirando o trânsito pesado das áreas urbanas das localidades. Através da estrada, os caminhões passarão por localidades como Goitacazes, Poço Gordo, São Sebastião, Campo da Praia e Água Preta até chegar em Serrinha.

Na Fazenda Saco Dantas, onde foi comprada uma área de 12 mil metros, foram instaladas três guaritas, onde seguranças permanecem em plantão 24horas. Uma das guaritas fica a cerca de 600 metros do mar. Recentemente, foi comprada uma área ainda maior, a Fazenda Caroara, próximo a Saco Dantas. O cenário ainda é deserto, mas promete transformar a área rural de São João da Barra, que também tem planos para o turismo. "Eu acho que o Açu vai ficar maior do que a sede do município", antecipa a empresária, que está em Campos há cerca de 40 anos e no Açu desde 1989, para onde foi trabalhar com loteamentos imobiliários.
Outra observação feita pela dona da pousada foi o aumento do número de construções no distrito. "Muita gente tem vindo para cá em busca de sossego. As pessoas se aposentam e vem", diz Jurema, ressaltando que, antes, haviam três lojas de material de construção e, hoje, são cinco. Apesar da sinalização de desenvolvimento com o megaempreendimento, o local ainda guarda características do interior, com casas antigas, comércio pequeno e infra-estrutura ainda deficiente.

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No último dia 20, o empresário Eike Batista anunciou que os investimentos da MMX, no projeto Minas-Rio, poderão atingir US$ 2,5 bilhões ou R$ 5,8 bilhões. O empreendimento vai gerar cerca de 10 mil empregos na fase de construção, além de seis mil diretos e indiretos, o que poderá ser revertido em melhoria na qualidade de vida da população. Até o final do ano, a governadora Rosinha Matheus e o presidente do grupo MPC/MMX, Eike Batista, lançam a pedra fundamental do Complexo Logístico e Industrial do Açu, em São João da Barra.

As obras começarão no segundo semestre de 2007e se estederão 2008 e a previsão é de que o empreendimento entre em operação em 2009. O Sistema Integrado MMX Minas-Rio compreenderá um mineroduto, com 550 quilômetros de extensão, o maior do mundo para minério de ferro, que fará o transporte do produto da mina de propriedade da MMX, localizada em Conceição do Mato Dentro, na região conhecida como Quadrilátero Ferrífero, em Minas Gerais, para o estado do Rio; uma usina de pelotização e o Porto do Açu, em São João da Barra, que escoará a produção a ser exportada. "Esse empreendimento vai garantir o crescimento das regiões Norte e Noroeste do estado. É uma porta aberta para a instalação de outras empresas atraídas pelo novo porto", disse a governadora.
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O Porto do Açu será um terminal de uso misto, onde também será construída a usina de pelotização, com capacidade de produção de 7 milhões de toneladas por ano. O terminal portuário poderá carregar navios de até 250 mil toneladas e também poderá exportar outros produtos da região, bem como receber importações.
O sistema começará a operar a partir do segundo semestre de 2009, com exportações de 8 milhões de toneladas naquele ano; 20 milhões em 2010, e 26 milhões em 2011. As vendas para o exterior representarão US$ 1,5 bilhão/ano somente em minério de ferro. Estão estimadas nas reservas do grupo de Eike, em Minas Gerais, cerca de 2,5 bilhões de toneladas de minério.

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A prefeita de São João da Barra, Carla Machado, tem sido taxativa ao pedir ao empresário que priorize a mão-de-obra local e já anunciou o esforço da prefeitura em promover cursos de qualificação profissional. "É um dos maiores investimentos que a iniciativa privada fez, gerando milhares de empregos, um dos grandes desafios que os gestores públicos têm, melhorando a qualidade de vida da população", disse Carla.
Ela acrescentou, ainda, que vai entregar à Câmara Municipal o novo Plano Diretor da cidade, que vai contemplar todo o desenvolvimento na região com implementação de zonas especiais e priorizando o Meio Ambiente. A prefeita destacou que, assim que for liberada a licença ambiental junto à Feema (fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente), a MMX inicia a obra.

O secretário estadual de energia, Indústria naval e Petróleo, Wagner Victer, ressaltou que o complexo também funcionará como base para as operações de apoio offshore da Bacia de Campos e do sul do Espírito Santo, revertendo uma possível ida destas operações para o estado vizinho. "Outro fator importante é que o porto, no futuro, também poderá ser utilizado para a exportação de álcool, ter termelétrica e siderúrgica", disse Victer.

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Preocupada em preparar o município para absorver o investimento e em capacitar mão-de-obra local, a Associação Comercial, Industrial e Agropastoril (Acisa) de São João da Barra vem participando de reuniões com empresários e representantes da MMX para esclarecer dúvidas sobre o projeto. Segundo o administrador da Acisa-SJB, Isac Nogueira de Aquino, adiantou que a entidade está tentando realizar um convênio com a prefeitura, através da Universidade Candido Mendes (Ucam), para promover alguns cursos de capacitação no município. "A universidade adequaria as instalações aqui para que os professores pudessem vir dar as aulas", disse Isac.
Ele informou que, atualmente, o setor que está melhor estruturado no município é o da rede hoteleira. "A rede hoteleira do município só vai ganhar com isso. São João da Barra, Atafona e Grussaí serão para o Açu como Rio das Ostras é para Macaé", prevê o administrador da Associação.

Isac destaca que o momento é de preparação para o futuro porque, na opinião dele, não se pode esperar que as obras comecem para pensar no que deve ser feito. "Temos que nos preparar para daqui a 10 anos", ressalta. Ele também acrescentou que o município conta, atualmente, com mais de quatro mil leitos, sem contar com a estrutura do Sesc mineiro. "Estamos acompanhando todo o processo passo-a-passo", diz Isac.
Na opinião de Isac, o Açu é um distrito precisa se estruturar melhor para o turismo, não dispondo de infra-estrutura adequada. "Infelizmente, são poucos os estabelecimentos comerciais do Açu cadastrados na Acisa. Muitos ainda funcionam na clandestinidade", informa. Apesar disso, o município vem crescendo comercialmente, conforme afirma o administrador da Acisa.
— Com este investimento, São João da Barra terá um choque porque vai atender toda área comercial, educacional e social. Por isso, estamos agendando uma reunião com a prefeita para pensar toda esta área comercial e evitando que, no futuro, não tenhamos estrutura para suportar as mudanças — frisa Isac, ressaltando que a Acisa deverá se reunir com empresários e com a população.
A tranqüilidade da praia do Açu, quinto distrito de São João da Barra, promete ceder espaço para o desenvolvimento assim que começarem as obras do Complexo Logístico Integrado do Norte Fluminense, que vai reunir o Porto do Açu e um mineroduto para transportar minério de ferro de Minas Gerais para o Rio de Janeiro. Prevista para começar em dezembro, a obra deve movimentar o lugar, em 2007. Por enquanto, mesmo que timidamente, alguns estabelecimentos começam a registrar os primeiros sinais de mudança, mas a expectativa é de que o local tenha um grande "boom" de desenvolvimento. Trabalhos como sondagem de solo, estudo de espécies animais e topografia têm levado diferentes profissionais a se hospedarem em pousadas do distrito. A expectativa de um futuro promissor tem levado empresários, como as sócias Jurema de Oliveira e Castro Barros e Denanci Fernandes, donas de uma pousada no distrito sanjoanense, a pensar em ampliar o negócio para atender a demanda que promete chegar ao interior do município de São João da Barra, a partir do início das obras.
Desde o ano passado, as pesquisas começaram no local, o que levou vários pesquisadores ao Açu. De lá para cá, foram biólogos, empreiteiros, empresários e, atualmente, topógrafos indo ao local para fazer a medição de toda área. Com isso, eles têm procurado abrigo nas pousadas do distrito. Segundo Jurema, uma das proprietárias da Pousada Tarde Dourada, os trabalhos que vêm sendo realizados em virtude do empreendimento, aos poucos, estão aquecendo a economia local.
- No verão, feriados prolongados e finais de semana, já temos uma clientela certa, independente do projeto. Nesta época do ano, já não era tão comum recebermos hóspedes -, disse Jurema, acrescentando que, desde o ano passado, o pessoal começou a vir para pesquisa, sondagem de solo e outras atividades no local.
Jurema afirma que a pousada conta, atualmente, com cinco suítes, mas que o objetivo é dobrar o número, inicialmente, para a atender a demanda. Apesar da simplicidade, cada suíte conta com TV, ventilador de teto, frigobar e camas, com diárias a R$ 40. "A arquiteta está preparando o projeto para reformar e ampliar a pousada", disse a proprietária, uma capixaba de Muqui (ES), que veio para Campos há mais de 40 anos e chegou no Açu fazendo loteamentos para vender.
A instalação do Complexo Logístico do Açu, também, foi motivação para a construção de uma nova estrada que vai ligar a BR-101 à RJ-216, acesso que liga Campos ao Farol de São Thomé, tirando o trânsito pesado das áreas urbanas das localidades. Através da estrada, os caminhões passarão por localidades como Goitacazes, Poço Gordo, São Sebastião, Campo da Praia e Água Preta até chegar em Serrinha.
Na Fazenda Saco Dantas, onde foi comprada uma área de 12 mil metros, foram instaladas três guaritas, onde seguranças permanecem em plantão 24horas. Uma das guaritas fica a cerca de 600 metros do mar. Recentemente, foi comprada uma área ainda maior, a Fazenda Caroara, próximo a Saco Dantas. O cenário ainda é deserto, mas promete transformar a área rural de São João da Barra, que também tem planos para o turismo. "Eu acho que o Açu vai ficar maior do que a sede do município", antecipa a empresária, que está em Campos há cerca de 40 anos e no Açu desde 1989, para onde foi trabalhar com loteamentos imobiliários.

Outra observação feita pela dona da pousada foi o aumento do número de construções no distrito. "Muita gente tem vindo para cá em busca de sossego. As pessoas se aposentam e vem", diz Jurema, ressaltando que, antes, haviam três lojas de material de construção e, hoje, são cinco. Apesar da sinalização de desenvolvimento com o megaempreendimento, o local ainda guarda características do interior, com casas antigas, comércio pequeno e infra-estrutura ainda deficiente.

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No último dia 20, o empresário Eike Batista anunciou que os investimentos da MMX, no projeto Minas-Rio, poderão atingir US$ 2,5 bilhões ou R$ 5,8 bilhões. O empreendimento vai gerar cerca de 10 mil empregos na fase de construção, além de seis mil diretos e indiretos, o que poderá ser revertido em melhoria na qualidade de vida da população. Até o final do ano, a governadora Rosinha Matheus e o presidente do grupo MPC/MMX, Eike Batista, lançam a pedra fundamental do Complexo Logístico e Industrial do Açu, em São João da Barra.
As obras começarão no segundo semestre de 2007 e a previsão é de que o empreendimento entre em operação em 2009. O Sistema Integrado MMX Minas-Rio compreenderá um mineroduto, com 550 quilômetros de extensão, o maior do mundo para minério de ferro, que fará o transporte do produto da mina de propriedade da MMX, localizada em Conceição do Mato Dentro, na região conhecida como Quadrilátero Ferrífero, em Minas Gerais, para o estado do Rio; uma usina de pelotização e o Porto do Açu, em São João da Barra, que escoará a produção a ser exportada. "Esse empreendimento vai garantir o crescimento das regiões Norte e Noroeste do estado. É uma porta aberta para a instalação de outras empresas atraídas pelo novo porto", disse a governadora.

O Porto do Açu será um terminal de uso misto, onde também será construída a usina de pelotização, com capacidade de produção de 7 milhões de toneladas por ano. O terminal portuário poderá carregar navios de até 250 mil toneladas e também poderá exportar outros produtos da região, bem como receber importações.
O sistema começará a operar a partir do segundo semestre de 2009, com exportações de 8 milhões de toneladas naquele ano; 20 milhões em 2010, e 26 milhões em 2011. As vendas para o exterior representarão US$ 1,5 bilhão/ano somente em minério de ferro. Estão estimadas nas reservas do grupo de Eike, em Minas Gerais, cerca de 2,5 bilhões de toneladas de minério.

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A prefeita de São João da Barra, Carla Machado, tem sido taxativa ao pedir ao empresário que priorize a mão-de-obra local e já anunciou o esforço da prefeitura em promover cursos de qualificação profissional. "É um dos maiores investimentos que a iniciativa privada fez, gerando milhares de empregos, um dos grandes desafios que os gestores públicos têm, melhorando a qualidade de vida da população", disse Carla.
Ela acrescentou, ainda, que vai entregar à Câmara Municipal o novo Plano Diretor da cidade, que vai contemplar todo o desenvolvimento na região com implementação de zonas especiais e priorizando o Meio Ambiente. A prefeita destacou que, assim que for liberada a licença ambiental junto à Feema (fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente), a MMX inicia a obra.

O secretário estadual de energia, Indústria naval e Petróleo, Wagner Victer, ressaltou que o complexo também funcionará como base para as operações de apoio offshore da Bacia de Campos e do sul do Espírito Santo, revertendo uma possível ida destas operações para o estado vizinho. "Outro fator importante é que o porto, no futuro, também poderá ser utilizado para a exportação de álcool, ter termelétrica e siderúrgica", disse Victer.

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Preocupada em preparar o município para absorver o investimento e em capacitar mão-de-obra local, a Associação Comercial, Industrial e Agropastoril (Acisa) de São João da Barra vem participando de reuniões com empresários e representantes da MMX para esclarecer dúvidas sobre o projeto. Segundo o administrador da Acisa-SJB, Isac Nogueira de Aquino, adiantou que a entidade está tentando realizar um convênio com a prefeitura, através da Universidade Candido Mendes (Ucam), para promover alguns cursos de capacitação no município. "A universidade adequaria as instalações aqui para que os professores pudessem vir dar as aulas", disse Isac.
Ele informou que, atualmente, o setor que está melhor estruturado no município é o da rede hoteleira. "A rede hoteleira do município só vai ganhar com isso. São João da Barra, Atafona e Grussaí serão para o Açu como Rio das Ostras é para Macaé", prevê o administrador da Associação.

Isac destaca que o momento é de preparação para o futuro porque, na opinião dele, não se pode esperar que as obras comecem para pensar no que deve ser feito. "Temos que nos preparar para daqui a 10 anos", ressalta. Ele também acrescentou que o município conta, atualmente, com mais de quatro mil leitos, sem contar com a estrutura do Sesc mineiro. "Estamos acompanhando todo o processo passo-a-passo", diz Isac.
Na opinião de Isac, o Açu é um distrito precisa se estruturar melhor para o turismo, não dispondo de infra-estrutura adequada. "Infelizmente, são poucos os estabelecimentos comerciais do Açu cadastrados na Acisa. Muitos ainda funcionam na clandestinidade", informa. Apesar disso, o município vem crescendo comercialmente, conforme afirma o administrador da Acisa.
— Com este investimento, São João da Barra terá um choque porque vai atender toda área comercial, educacional e social. Por isso, estamos agendando uma reunião com a prefeita para pensar toda esta área comercial e evitando que, no futuro, não tenhamos estrutura para suportar as mudanças — frisa Isac, ressaltando que a Acisa deverá se reunir com empresários e com a população.
A tranqüilidade da praia do Açu, quinto distrito de São João da Barra, promete ceder espaço para o desenvolvimento assim que começarem as obras do Complexo Logístico Integrado do Norte Fluminense, que vai reunir o Porto do Açu e um mineroduto para transportar minério de ferro de Minas Gerais para o Rio de Janeiro. Prevista para começar em dezembro, a obra deve movimentar o lugar, em 2007. Por enquanto, mesmo que timidamente, alguns estabelecimentos começam a registrar os primeiros sinais de mudança, mas a expectativa é de que o local tenha um grande "boom" de desenvolvimento. Trabalhos como sondagem de solo, estudo de espécies animais e topografia têm levado diferentes profissionais a se hospedarem em pousadas do distrito. A expectativa de um futuro promissor tem levado empresários, como as sócias Jurema de Oliveira e Castro Barros e Denanci Fernandes, donas de uma pousada no distrito sanjoanense, a pensar em ampliar o negócio para atender a demanda que promete chegar ao interior do município de São João da Barra, a partir do início das obras.
Desde o ano passado, as pesquisas começaram no local, o que levou vários pesquisadores ao Açu. De lá para cá, foram biólogos, empreiteiros, empresários e, atualmente, topógrafos indo ao local para fazer a medição de toda área. Com isso, eles têm procurado abrigo nas pousadas do distrito. Segundo Jurema, uma das proprietárias da Pousada Tarde Dourada, os trabalhos que vêm sendo realizados em virtude do empreendimento, aos poucos, estão aquecendo a economia local.
- No verão, feriados prolongados e finais de semana, já temos uma clientela certa, independente do projeto. Nesta época do ano, já não era tão comum recebermos hóspedes -, disse Jurema, acrescentando que, desde o ano passado, o pessoal começou a vir para pesquisa, sondagem de solo e outras atividades no local.
Jurema afirma que a pousada conta, atualmente, com cinco suítes, mas que o objetivo é dobrar o número, inicialmente, para a atender a demanda. Apesar da simplicidade, cada suíte conta com TV, ventilador de teto, frigobar e camas, com diárias a R$ 40. "A arquiteta está preparando o projeto para reformar e ampliar a pousada", disse a proprietária, uma capixaba de Muqui (ES), que veio para Campos há mais de 40 anos e chegou no Açu fazendo loteamentos para vender.
A instalação do Complexo Logístico do Açu, também, foi motivação para a construção de uma nova estrada que vai ligar a BR-101 à RJ-216, acesso que liga Campos ao Farol de São Thomé, tirando o trânsito pesado das áreas urbanas das localidades. Através da estrada, os caminhões passarão por localidades como Goitacazes, Poço Gordo, São Sebastião, Campo da Praia e Água Preta até chegar em Serrinha.
Na Fazenda Saco Dantas, onde foi comprada uma área de 12 mil metros, foram instaladas três guaritas, onde seguranças permanecem em plantão 24horas. Uma das guaritas fica a cerca de 600 metros do mar. Recentemente, foi comprada uma área ainda maior, a Fazenda Caroara, próximo a Saco Dantas. O cenário ainda é deserto, mas promete transformar a área rural de São João da Barra, que também tem planos para o turismo. "Eu acho que o Açu vai ficar maior do que a sede do município", antecipa a empresária, que está em Campos há cerca de 40 anos e no Açu desde 1989, para onde foi trabalhar com loteamentos imobiliários.
Outra observação feita pela dona da pousada foi o aumento do número de construções no distrito. "Muita gente tem vindo para cá em busca de sossego. As pessoas se aposentam e vem", diz Jurema, ressaltando que, antes, haviam três lojas de material de construção e, hoje, são cinco. Apesar da sinalização de desenvolvimento com o megaempreendimento, o local ainda guarda características do interior, com casas antigas, comércio pequeno e infra-estrutura ainda deficiente.


BOX

No último dia 20, o empresário Eike Batista anunciou que os investimentos da MMX, no projeto Minas-Rio, poderão atingir US$ 2,5 bilhões ou R$ 5,8 bilhões. O empreendimento vai gerar cerca de 10 mil empregos na fase de construção, além de seis mil diretos e indiretos, o que poderá ser revertido em melhoria na qualidade de vida da população. Até o final do ano, a governadora Rosinha Matheus e o presidente do grupo MPC/MMX, Eike Batista, lançam a pedra fundamental do Complexo Logístico e Industrial do Açu, em São João da Barra.
As obras começarão no segundo semestre de 2007 e a previsão é de que o empreendimento entre em operação em 2009. O Sistema Integrado MMX Minas-Rio compreenderá um mineroduto, com 550 quilômetros de extensão, o maior do mundo para minério de ferro, que fará o transporte do produto da mina de propriedade da MMX, localizada em Conceição do Mato Dentro, na região conhecida como Quadrilátero Ferrífero, em Minas Gerais, para o estado do Rio; uma usina de pelotização e o Porto do Açu, em São João da Barra, que escoará a produção a ser exportada. "Esse empreendimento vai garantir o crescimento das regiões Norte e Noroeste do estado. É uma porta aberta para a instalação de outras empresas atraídas pelo novo porto", disse a governadora.
O Porto do Açu será um terminal de uso misto, onde também será construída a usina de pelotização, com capacidade de produção de 7 milhões de toneladas por ano. O terminal portuário poderá carregar navios de até 250 mil toneladas e também poderá exportar outros produtos da região, bem como receber importações.

O sistema começará a operar a partir do segundo semestre de 2009, com exportações de 8 milhões de toneladas naquele ano; 20 milhões em 2010, e 26 milhões em 2011. As vendas para o exterior representarão US$ 1,5 bilhão/ano somente em minério de ferro. Estão estimadas nas reservas do grupo de Eike, em Minas Gerais, cerca de 2,5 bilhões de toneladas de minério.

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A prefeita de São João da Barra, Carla Machado, tem sido taxativa ao pedir ao empresário que priorize a mão-de-obra local e já anunciou o esforço da prefeitura em promover cursos de qualificação profissional. "É um dos maiores investimentos que a iniciativa privada fez, gerando milhares de empregos, um dos grandes desafios que os gestores públicos têm, melhorando a qualidade de vida da população", disse Carla.
Ela acrescentou, ainda, que vai entregar à Câmara Municipal o novo Plano Diretor da cidade, que vai contemplar todo o desenvolvimento na região com implementação de zonas especiais e priorizando o Meio Ambiente. A prefeita destacou que, assim que for liberada a licença ambiental junto à Feema (fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente), a MMX inicia a obra.
O secretário estadual de energia, Indústria naval e Petróleo, Wagner Victer, ressaltou que o complexo também funcionará como base para as operações de apoio offshore da Bacia de Campos e do sul do Espírito Santo, revertendo uma possível ida destas operações para o estado vizinho. "Outro fator importante é que o porto, no futuro, também poderá ser utilizado para a exportação de álcool, ter termelétrica e siderúrgica", disse Victer.

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Preocupada em preparar o município para absorver o investimento e em capacitar mão-de-obra local, a Associação Comercial, Industrial e Agropastoril (Acisa) de São João da Barra vem participando de reuniões com empresários e representantes da MMX para esclarecer dúvidas sobre o projeto. Segundo o administrador da Acisa-SJB, Isac Nogueira de Aquino, adiantou que a entidade está tentando realizar um convênio com a prefeitura, através da Universidade Candido Mendes (Ucam), para promover alguns cursos de capacitação no município. "A universidade adequaria as instalações aqui para que os professores pudessem vir dar as aulas", disse Isac.
Ele informou que, atualmente, o setor que está melhor estruturado no município é o da rede hoteleira. "A rede hoteleira do município só vai ganhar com isso. São João da Barra, Atafona e Grussaí serão para o Açu como Rio das Ostras é para Macaé", prevê o administrador da Associação.
Isac destaca que o momento é de preparação para o futuro porque, na opinião dele, não se pode esperar que as obras comecem para pensar no que deve ser feito. "Temos que nos preparar para daqui a 10 anos", ressalta. Ele também acrescentou que o município conta, atualmente, com mais de quatro mil leitos, sem contar com a estrutura do Sesc mineiro. "Estamos acompanhando todo o processo passo-a-passo", diz Isac.
Na opinião de Isac, o Açu é um distrito precisa se estruturar melhor para o turismo, não dispondo de infra-estrutura adequada. "Infelizmente, são poucos os estabelecimentos comerciais do Açu cadastrados na Acisa. Muitos ainda funcionam na clandestinidade", informa. Apesar disso, o município vem crescendo comercialmente, conforme afirma o administrador da Acisa.

— Com este investimento, São João da Barra terá um choque porque vai atender toda área comercial, educacional e social. Por isso, estamos agendando uma reunião com a prefeita para pensar toda esta área comercial e evitando que, no futuro, não tenhamos estrutura para suportar as mudanças — frisa Isac, ressaltando que a Acisa deverá se reunir com empresários e com a população.

Empreendimento da MMX

Antes mesmo de começar a operar, o Complexo Portuário do
Açu, movimenta a economia de São João da Barra, gerando
emprego e renda, num município em que as únicas
oportunidades de trabalho eram a Prefeitura e as fábricas de
bebidas e tecidos. De acordo com gerente de operações
portuárias da MMX, Romeo Rodrigues, somente no canteiro
de obras do Açu, tocado pelo consórcio de empreiteiras A
R.G/Civilport, já foram criados mais de 500 empregos formais,
50% deles de pessoas do município.
Somado a isso, há muitos postos abertos à espera de mão-
de-obra, necessariamente, especializada. A Prefeitura e A
MMX correm atrás do tempo, fazendo convênio com Senai
para treinar o pessoal. Além disso, com o projeto em franca
expansão, outras empresas estão aportando em Atafona e
Grussaí, oferecendo emprego com carteira assinada. Isso,
apenas na fase inicial, antes do porto movimentar,
inicialmente, 26,5 milhões de toneladas de minério de ferro, no
final de 2009, quando o sistema começar a operar
efetivamente. Segundo dados da Prefeitura de São João da
Barra, o programa de capacitação já habilitou 160 pessoas, de
pedreiro até mecânico em manutenção. Atualmente, outros
152 alunos estão recebendo qualificação em diversos cursos
em andamento. A expectativa dos organizadores é que cerca
de mil pessoas se formem em outras turmas. Com a chegada
da MMX, o perfil do município começa a mudar.
Comerciantes começaram a investir na melhoria de suas lojas,
de olhos, principalmente, na renda dos trabalhadores. Em
Atafona e Grussaí, as pousadas passaram por reformas agora
têm hospedes permanentes.
Economia
— O compromisso maior da MMX com a Prefeitura é de gerar
esses postos de trabalhos com aproveitamento da mão-de-
obra do município — admite a prefeita Carla Machado.
A economia local já sente o impacto da MMX. “Com a
chegada desse pessoal de fora, tive que melhorar a loja e
trazer novas mercadorias, sofisticadas. Já consegui até alugar
uma casa e estou reformando outra para o pessoal da
empreiteira”, disse um comerciante, que não quis revelar o
nome, mas admite que as vendas melhoram em até 30% nos
últimos meses.
EXPANSÃO PLANEJADA
Projeto prevê térmicas na retro-área
Para quem pensa que a oferta de empregos no Complexo
Portuário do Açu está para se esgotar, não imagina o que está
vindo a reboque. O gerente de operações portuárias da MMX,
Romeo Rodrigues, revelou que, além do super-porto, a
empresa já entrou com o pedido de licença ambiental para
construir uma usina termelétrica, movida a carvão mineral, em
sociedade com um grupo chinês. A partir de 2012 serão
gerados 2.100 MW por meio de térmicas a carvão. Serão três
usinas, cada uma com capacidade de produzir 700 MW. “As
licenças ambientais estão sendo discutidas com o Estado do
Rio. As usinas são limpas e usam tecnologia alemã de ponta”,
explica Batista.
A partir de 2012 serão gerados 2.100 MW por meio de
térmicas a carvão. Serão três usinas, cada uma com
capacidade de produzir 700 MW.
Depois de vender parte da MMX para Anglo American por US
$ 5,5 bilhões, o empresário Eike Batista negocia agora a
instalação de uma siderúrgica no Açu, para produção de até
10 milhões de toneladas anuais de aço. Tem ainda planos
para escoar álcool pelo porto.
PRESERVANDO
Ambiente vai contar com parque para
ecossistemas
Com relação a preservação ambiental do Açu, a MMX
mantém um programa de responsabilidade com o meio
ambiente, garantindo o desenvolvimento sustentável para a
região. Na sua área de 7,8 mil hectares, a empresa tem como
vizinho um conjunto de lagoas formado por Açu, Iquipari,
Grussaí, Salgada e Taí.
Economia
O diretor de meio ambiente da empresa, Diogo Chevalier,
conta que orientou distanciar a área do porto de 100 a 300
metros das margens da Lagoa de Iquipari. Segundo ele, logo
após a conclusão das obras do porto, será criado um parque
ecológico, para manter inalterado o ecossistema existente na
região.
A MMX começou, na sexta-feira, a uma série de reuniões
sobre o empreendimento. Ao todo, serão 17 encontros, a
serem realizados em diferentes partes do município.